Já sabíamos
que eles sabiam rebolar, deitar, ir buscar o jornal ou os chinelos. Mas
agora um psicólogo americano especialista em comportamento animal veio
demonstrar que os cães também sabem detectar erros em operações matemáticas e
conseguem aprender centenas de palavras. E que nos enganam tanto como nós os conseguimos
enganar a eles
"Até parece que
pensa." Esta frase, tantas vezes ouvida a donos de cães, estará mais
próxima da verdade do que poderíamos imaginar. Contar até cinco, perceber 150
palavras e enganar os donos de forma propositada e em benefício próprio. Segundo o psicólogo norte-americano Stanley
Coren, estas são capacidades que os cães têm. Algumas raças mais do que outras,
note-se.
Stanley Coren, professor na
Universidade de British Columbia e autor de livros sobre
comportamento animal,
levou as conclusões da sua obra A Inteligência dos Cães ao congresso da
Associação Americana de Psicologia. E algumas delas são surpreendentes. Segundo
o especialista, a inteligência canina está dividida em instintiva, adaptativa
(uma espécie de tentativa- -erro, até se resolver os problemas colocados) e de
trabalho e obediência (aquilo que podia ser transposto para a aprendizagem
escolar). Ficamos assim a saber que um cão normal pode aprender uma média de
165 palavras, mas os mais inteligentes, como os pastores alemães podem mesmo
chegar às 250.
Mas os
cães não são apenas bons linguistas, como ainda percebem de aritmética. Stanley
Coren constatou, por exemplo, que os cães são capazes de detectar erros em
operações matemáticas como 1+1=1 ou 1+1=3.
No livro do psicólogo americano encontramos
também exemplos de inteligência adaptativa. Prince, um border collie,
aproveitava as saídas das visitas de casa dos donos para tentar ir à rua. Certo
dia, numa dessas corridas desenfreadas, acabou por ir contra as típicas
protecções de portas usadas nos Estados
Unidos e
passou por entre os fios. Tinha encontrado a sua escapatória! Mas a descoberta
não durou muito tempo. Pouco tempo depois, o dono percebeu o esquema e
substituiu o fio por arame grosso. Frustrado, o cão começou a cirandar pela
casa e apercebeu-se de que o material que cobria aquelas janelas que costumavam
estar abertas era o mesmo pelo qual passava na porta de entrada. Para um
exemplar da raça mais inteligente do mundo não foi difícil perceber que tinha
encontrado outra saída para o mundo exterior.
Tendo
em conta este acumulado de capacidades, não admira que "os cães tenham
quase tanto êxito a enganar os humanos como os humanos a enganar os próprios
animais", confessa o psicólogo, que apresenta no livro um outro caso
elucidativo.
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